quinta-feira, 21 de outubro de 2010

MOVIMENTOS SOCIAIS

ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE OS MOVIMENTOS SOCIAIS

Por: Arão Marques da Silva[1]

O que motiva tantas pessoas que teimam em se organizar e propor mudanças para a sociedade? O que são os movimentos sociais, e mais, qual à  importância deles para nossa vida cotidiana?

Os movimentos sociais têm em comum o fato de denunciarem as contradições existentes no modo de produção capitalista. Eles questionam e exigem do Estado prioridade direitos tais como: a moradia, a educação, a saúde, emprego, a partilha e a gestão das riquezas, dentre outras. Ou seja, busca uma sociedade igualitária.  Para o sociólogo Reinaldo Dias, “os movimentos sociais têm como características básicas o fato de possuírem clareza e objetivos, programas visando a atingir esses objetivos” (DIAS, 2005, p. 296).

Com o fim do Estado de Bem Estar Social e a implantação do Neoliberalismo, as necessidades básicas do povo são colocadas em segundo plano. Diante da globalização das informações, os movimentos sociais em função das facilidades possibilitadas encontradas pelas novas mídias se multiplicam e mobilizam com a finalidade de intervenção na sociedade.

Os movimentos caracterizam-se por reivindicações diferentes, mas a idéia do movimento social como forma de organização coletiva é extremamente importante no modo de produção capitalista, pois eles conseguem diminuir determinadas necessidades dos mais diversos grupos.

É importante notar que os movimentos sociais manifestam-se onde as políticas públicas não conseguem atender as demandas da sociedade. “O Estado (...) mostra-se incapaz de fazer face às crescentes demandas dos diversos grupos sociais” (TOMAZI, 2000, p. 244). Esses grupos dizem respeito não apenas a serviços sociais básicos, mais há movimentos que propõe mudança na própria gestão pública.
Segundo o que diz Boaventura de Sousa Santos, sociólogo, “as prioridades políticas estão sempre situadas e dependentes do contexto” (Santos, 2005, p. 37). Os movimentos sociais, por sua vez, possuem os interesses mais diversos, não havendo, portanto, uma prioridade na defesa das lutas. Todas são importantes e válidas  no contexto específico que as fazem necessárias.

Portanto, para Alain Touraine, os movimentos sociais caracterizam-se por estes princípios: IDENTIDADE, escolhem uma causa para proteger ou defender; OPOSIÇÃO,  os movimentos sociais luta contra a indiferença ou resistência de determinado grupos ou instituições existentes na sociedade,  TOTALIDADE, representa ou defende interesse de uma coletividade, tudo isso fundamentado em direitos valores básicos tais como: igualdade, fraternidade, liberdade, dentre outras (DIAS, 2005, p. 296).



FONTES:
DIAS, Reinaldo. Introdução à Sociologia. São Paulo, Pearson Prentice Hall, 2005,
SANTOS, B. S. O Fórum Social Mundial: manual de uso. São Paulo: Cortez Editora, 2005.
TOURAINE, A. A sociedade pós-industrial. Lisboa: Moraes editores, 1970.
TOMAZI, N. DA. Iniciação à Sociologia. São Paulo: Atual, 2000.



[1] O autor do ensaio é sociólogo, pós-graduado latu-sensu em tecnologias, linguagem e educação inclusiva, docente da disciplina sociologia na SEDUC –PA.

Desigualdades sociais

Notas sobre ricos e pobres
“[...] O mundo já foi comparado com uma espaçonave dividida em classes. Menos de uma quinta parte da população mundial viaja confortavelmente de primeira classe e consome 80% dos recursos naturais disponíveis. A maioria dos passageiros (...) os povos dos países pobres, onde vivem 80% da população mundial (...) ocupa o compartimento de carga e consome os 20% restantes. Três em cada quatro passageiros do compartimento de carga padecem de fome e desnutrição. Três em cada quatro não têm acesso adequado à água e vivem sem conforto algum [...]” {dados de O desafio do desenvolvimento sustentável, Brasília: Cima, 1991}.
A diferença na qualidade de vida entre uns e outros aumenta a cada dia. Isso acontece, entre outras razões, porque nas compras e vendas de produtos entre países ricos e pobres os ricos sempre ganham mais e os pobres sempre menos. O Brasil recebe cada vez menos pelos produtos agrícolas e matérias-primas que exporta e paga cada vez mais pelos produtos que importa, e que são necessários ao seu desenvolvimento.
A maneira como a sociedade está organizada para produzir e desfrutar do progresso não são as mesmas em ambas as partes do mundo. As dificuldades criadas pelo Primeiro Mundo ao crescimento do Terceiro Mundo levam os países pobres a degradar ainda mais sua qualidade de vida e a destruir mais velozmente seus recursos naturais. Para conseguir dólares com que compram produtos do Primeiro Mundo, o Brasil destrói florestas para plantar eucalipto e exportar celulose”.
Atlas do meio ambiente do Brasil. Brasília: Embrapa/ Terra Viva, 1996. p. 136-137.